
Os Estados Unidos confirmaram que, a partir desta quarta-feira (12), entrarão em vigor as tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados, sem exceções para parceiros comerciais. A decisão, anunciada em fevereiro pelo governo de Donald Trump, impacta diretamente o Brasil, segundo maior fornecedor de aço para o mercado americano. Em janeiro, o Brasil chegou a ultrapassar o Canadá como principal exportador do produto em volume para os EUA, com 499 mil toneladas.
A medida preocupa o setor siderúrgico brasileiro, uma vez que cerca de metade das exportações de aço do país tem os EUA como destino. O Instituto Aço Brasil contestou a justificativa americana de que o Brasil estaria importando aço chinês para direcionar sua produção local ao mercado americano, reforçando que o setor já enfrenta concorrência predatória da China. Autoridades brasileiras tentaram reverter a decisão por meio de diplomacia e negociações no Congresso americano, mas os republicanos, que controlam o Legislativo, não demonstraram oposição pública à medida.
A imposição das tarifas ocorre sob o argumento de proteger a indústria siderúrgica americana e evitar que sua capacidade produtiva opere abaixo de 80%. Trump defende que as cotas de importação de aço representam um risco à segurança nacional e citou esse conceito 27 vezes ao anunciar a sobretaxa em fevereiro. O governo brasileiro agora avalia estratégias para mitigar os impactos da decisão, enquanto o setor produtivo aguarda possíveis novas negociações.
Foto: Reprodução